Passagem de ônibus no Rio é a 10ª mais cara entre as capitais brasileiras, aponta ranking

Após o aumento anunciado para o preço da passagem de ônibus na cidade do Rio de Janeiro, que subiu de R$ 3,95 para R$ 4,05, a capital fluminense passou a ocupar o 10º lugar no ranking das tarifas mais caras do país. Antes, ocupava a 11ª posição, junto com Campo Grande (MS) e João Pessoa (PB). Andar de ônibus no Rio hoje custa mais do que em capitais como Brasília (DF), Vitória (ES) e Salvador (BA), por exemplo.
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil – Ilustração/UNIBUS RN
Segundo o ranking produzido pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), as passagens na cidade carioca são mais baratas que em São Paulo (SP), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Belo Horizonte (MG). Veja na tabela abaixo o valor da tarifa cobrada em cada capital do país.
Segundo o presidente executivo da NTU, Otávio Cunha, as cidades de São Paulo e Brasília precisam ser analisadas separadamente no ranking, uma vez que o preço das passagens nessas capitais é subsidiado pelas prefeituras.
— A Prefeitura de São Paulo gasta, hoje, R$ 3 bilhões ao ano com recursos do Orçamento para custear o transporte, que tem custo de R$ 8 bilhões ao ano. A tarifa das passagens arrecada apenas R$ 5 bilhões. Em Brasília, o subsídio chega a ser de 50%.
Cunha explica que, no caso do Rio, onde o serviço é custeado pelas tarifas, os reajustes são feitos com base em alguns fatores, como o custo do serviço e a inflação.
— Cada cidade tem uma regra para o reajuste e a revisão tarifária, que normalmente é estabelecida no contrato de concessão. Quando é feita a licitação, o preço da proposta inicial é definido por meio de uma planilha de custo, que tem uma metodologia de cálculo que leva em consideração a quantidade de ônibus que atenderão a cidade, a quantidade média de viagens, quantos quilômetros isso vai representar — disse o presidente executivo da NTU.
Segundo ele, a partir disso, são determinados quantos motoristas e profissionais de manutenção e de administração, e a parte do custo com insumos, como combustível, preço dos pneus, impostos e preços de veículos.
— Depois, se divide esse custo pelo número de passageiros que serão transportados para encontrar o valor dessa tarifa inicial. Quando começa a atividade, alguns contratos estabelecem um reajuste anual, com a inflação, e uma revisão estabelecida a cada três ou quatro anos — disse.
O porta-voz da associação que representa as empresas de transporte urbano afirma ainda que não é possível comparar os preços dos ônibus com os valores cobrados em outras modalidades, como trens, metrô e barcas, por exemplo. Isso porque cada uma dessas modalidades tem custos distintos e atende quantidades diferentes de passageiros.
Sobre a qualidade do serviço, Cunha avalia que apenas a receita com as tarifas não é suficiente para que as empresas façam melhorias.
— No caso do Rio, onde a tarifa é a única fonte de receita para bancar o serviço, sempre que o valor aumenta, há uma pressão da sociedade para que retorne ao valor anterior. A percepção da sociedade é de que o transporte público é ruim e caro, mas a verdade é que o faturamento é insuficiente para que o empresário possa melhorar o serviço. Transporte de primeiro mundo tem um custo alto. Na Europa, por exemplo, o transporte público é bom porque é subsidiado.
O Globo

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